Confira o 3º Exemplar da Revista Mundo do Trabalho Contemporâneo

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A Revista Mundo do Trabalho Contemporâneo chega ao seu segundo número de 2017 fechando a série de edições voltadas à temática das políticas públicas de economia solidária. Mais uma vez cabe salientar a importância da parceria entre a Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária e a Unitrabalho, que foi decisiva não apenas para a consecução dessas três edições temáticas, mas para que o projeto de se ter uma revista científica voltada às questões do mundo do trabalho, em geral, e à economia solidária, em particular, saísse do papel. Destacamos também o apoio da Subsecretaria de Economia Solidária do Ministério do Trabalho, que garantiu o aporte de recursos necessários à elaboração e publicação das três edições da Revista. Esse terceiro número também encerra o projeto Fortalecimento de redes de gestores de políticas públicas de Economia Solidária, executado pela Fundação Unitrabalho com recursos do Ministério do Trabalho (Convênio nº 795123/2013). Como uma das ações previstas nesse projeto, a elaboração das três edições da Revista Mundo do Trabalho Contemporâneo contou com o trabalho árduo e persistente de algumas pessoas cujo valor inestimável nos demanda citá-las nominalmente: Valéria Blumer, Reynaldo Norton Sorbille, Patrícia Guarany Cunha Santos, Maria da Penha Lage Camargo, Sandra Inês Faé e Tatiana Araújo Reis.

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Lá se vão praticamente quatro anos de execução do projeto que busca “congregar esforços para o fortalecimento institucional da política pública nacional de economia solidária com vistas à superação da pobreza extrema no âmbito do Plano Brasil Sem Miséria”. Ao longo desses anos, o projeto permitiu a troca de experiências, abriu caminhos para a articulação de gestores públicos e proporcionou, em nível nacional e local, o fortalecimento das políticas públicas de economia solidária. As políticas públicas de economia solidária se constituem a partir dessa relação entre o local, o regional e o nacional e a articulação entre gestores públicos municipais, estaduais e federais mostra-se de fundamental importância para a efetivação das políticas públicas de economia solidária como políticas de Estado. Além disso, as políticas públicas de economia solidária não se constroem sem a participação da sociedade civil, representada por empreendimentos econômicos solidários, organizações não-governamentais, pesquisadores e extensionistas ligados às universidades. O presente número traz algumas reflexões a esse respeito, discutindo sobre as dinâmicas que perpassam a relação entre os diversos atores quando da construção e implementação das políticas públicas da economia solidária.

O artigo Análise do processo de elaboração e proposição da política pública de economia popular solidária: o caso de Mato Grosso busca refletir sobre a experiência mato-grossense de construção das políticas de economia solidária a partir da participação social nos espaços de elaboração e proposição dessas políticas. Nessa reflexão, Laudemir Luiz Zart nos mostra que o desafio atual do movimento de economia solidária é continuar atuando de modo a construir a democratização do Estado por meio da elaboração coletiva, da proposição participativa e da implantação democrática das políticas públicas de economia solidária.

Em A economia solidária no Brasil: uma trajetória de conformação enquanto movimento social?, Bianca Lima Costa e Paulo de Jesus fazem uma reconstrução histórica da economia solidária no Brasil a partir da trajetória do movimento de economia solidária. Os autores analisam a trajetória movimento da economia solidária, representado pelo Fórum Brasileiro de Economia Solidária, a sua relação com o Estado brasileiro e a institucionalização da política pública da economia solidária.

Os autores Ednalva Felix das Neves, Miguel Juan Bacic e Isabel-Gemma Fajardo Garcia, no artigo A economia social na Espanha e a economia solidária no Brasil: distintos contextos e experiências, fazem uma comparação entre as experiências brasileiras e espanholas, verificando similaridades e diferenças. Sua análise focaliza os atores e a institucionalidade das políticas de economia social e de economia solidária na Espanha e no Brasil, respectivamente. Suas diferentes institucionalidades, atores e princípios norteadores engendram experiências de abrangências diferentes nos dois países, além de ser verificado maior apoio do Estado no caso espanhol.

Ana Maria Rita Milani e Emanuel Lucas de Barros se propõem a analisar o processo de consolidação de uma cooperativa de catadores no estado de Alagoas. O artigo A experiência do empreendimento econômico solidário COOPVILA da Vila Emater de Maceió: uma análise do monitoramento do Projeto “Reciclar e Educar” no período 2013 a 2015 trata do processo de construção de mecanismos de gestão administrativa e financeira na cooperativa e relata ainda o desenvolvimento de estratégias de coleta seletiva realizada pelos catadores. A experiência mostra que, apesar dos resultados positivos da intervenção na melhoria da autogestão, é necessário ainda o reconhecimento institucional do trabalho realizado pela cooperativa para que catadores possam deixar a situação de pobreza e vulnerabilidade. Esse reconhecimento, conforme indicam os autores, se efetiva no pagamento dos serviços de coleta e tratamento dos resíduos sólidos recicláveis realizados pelos catadores.

No artigo A metodologia de construção das feiras de economia solidária e seu impacto sobre os ganhos: Um estudo sobre a feira baiana de Economia Solidária e Agricultura Familiar, André Luis Ferreira Silva analisa a natureza dos ganhos obtidos por membros dos empreendimentos econômicos solidários que participam da feira baiana de Economia Solidária e Agricultura Familiar. O autor defende que o processo de idealização, preparação e realização da feira proporciona não apenas retorno financeiro, mas gera ganhos multidimensionais, que englobam também as esferas política, cultural, social e tecnológica. O artigo traz uma importante reflexão a respeito da necessidade de o Estado construir indicadores que também deem conta dessas outras dimensões, sob o risco de menosprezar os resultados obtidos pelas políticas públicas da economia solidária.

Essa edição traz ainda relatos de experiência que proporcionarão uma melhor compreensão da diversidade de políticas públicas e experiências de economia solidária que têm se desenvolvido no Brasil nos últimos anos: A formação do complexo cooperativo de Serra Geral na Bahia como forma de desenvolvimento local e sustentável, Janilson Barros do Amaral e Rafael Lopes Ferreira; As políticas públicas e a economia solidária: a gestão social como ferramenta de gestão para a economia solidária, de José Ribeiro Gomes; Desenvolvimento de empreendimento econômico solidário: um estudo sobre a Coopercanção – Maringá/PR, de Maria Adélia Alves Sousa, Rosalina Lima Izepão e Mara Lucy Castilho; A política pública de economia solidária pelas mãos de seus trabalhadores, de Nelsa Inês Fabian Nespolo; Balanço do Projeto Fortalecimento de Redes de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária, de Maria da Penha Lage Camargo/SC, Sandra Faé/SP, Valéria Blumer/SP, André Luís Ferreira Silva/BA e Raquel Sobral Nonato.

Mais uma vez, a Revista Mundo do Trabalho Contemporâneo se propõe a realizar um diálogo aberto e profundo a respeito dos limites e possibilidades da economia solidária enquanto modelo alternativo de desenvolvimento e trabalho autogestionário. Não podemos deixar prestar uma homenagem ao precursor desse diálogo no campo da economia solidária, o nosso companheiro e mestre Paul Singer, grande intelectual que abriu esse campo na academia e se fez gestor para a implementação da política pública da Economia Solidária no Brasil. A “utopia militante” de Paul Singer é inspiração para todos nós e sua abnegação, perspicácia e agudeza de análise foram de fundamental importância para o desenvolvimento da economia solidária em nosso país, tendo sido o primeiro a dizer que a economia solidária se constituía como um enclave não capitalista na sociedade capitalista. A Revista Mundo do Trabalho Contemporâneo tem em Paul Singer uma referência política e acadêmica e essa edição é fruto da confiança e  do trabalho realizado por ele e sua equipe à frente da Secretaria Nacional de Economia Solidária. Enfim, esperamos que os artigos e relatos aqui apresentados possam contribuir para o avanço das discussões e para o fortalecimento das políticas públicas da economia solidária no Brasil.

Boa leitura!

Comitê Editorial

Rede de Gestores de Políticas Públicas de Economia Solidária

Acesse a revista: Revista Mundo do Trabalho Contemporâneo – 3º exemplar

 

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